... podemos fazer recortes de lugares históricos de uma Macapá em que se dormia com as casas de portas abertas, conheciam-se o nome dos vizinhos por nome, sobrenome, família, procedência. Quando precisávamos buscar um endereço, não precisávamos saber o nome das ruas, e sim, apenas de onde era próximo (os famosos pontos de referências).
Época da concorrência sadia de escolas como o Ginásio Masculino - GM (“O bonequinho de anil”), Colégio Gabriel de Almeida Café – CCA (o “café com leite”), o Colégio Amapaense - CA (o “Garapa azeda”) e o antigo Instituto Normal de Macapá - IETA (“piramutaba branca”).
De points como a Praça Zagury, Novotel, Sorveteria Santa Helena e da Sede do Trem (a Locomotiva).
De histórias imaginárias como a Pedra do Guindaste, a do Poço do Mato, e de nascimentos por mãos de velhas e boas parteiras.
Do curar uma doença com os chás e banhos ensinados pelas avós, da tirada de mal olhado pelas benzedeiras. Em que se tomava mastruz para febre, "queimação no estômago", "quebradura"," bicho da barriga", enfim para quase tudo. Também tinha o chá de quebra-pedra, o leite do pião-roxo, o leite do amapá, o sumo da folha de algodão e a benzedeira com a folha da vassourinha.
De repente, na ida ao aeroporto, não se enxerga mais ninguém conhecido. Vê-se prédios e condomínios fechados, grades e cercas elétricas, de um momento que não só paraenses, mas também gaúchos, cearenses, maranhenses e paulistas vem encontrar aqui seu lugar para viver. A madeira das fachadas das casas, substituída gradativamente pela alvenaria, alumínio, vidros e até edifícios começam a surgir. Mudando o cenário, cara da Amazônia ribeirinha.
E no despertar desses novos horizontes, um apelo fica aqui: valorizem o presente, produzam o futuro, mas nunca esqueçam de respeitar e se embasar no passado tão desbravador plantado por nossos solenes pioneiros. E que nossa educação seja o maior portal para propagar essas informações para as pessoas de todo o mundo!
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